QUARTO ESCURO

A madrugada chega!
Com ela o silencio da noite.
Na cama, dos pés à cabeça, cobertos.
Os olhos viam apenas o que a mente enxergava.
Era inevitável deitar-se!
Todo o bairro caia em descanso.
E começa os meus tormentos,
o quarto, escuro, na cama.
Num canto, para minha companhia,
uma luz, fraquinha, mas uma luz acessa.
De lá transpassava os furos do velho cobertor surrado pelo tempo, pequenos pontos luminosos,
que me punha coragem para enfrentar os meus medos
Lá fora, na noite escura, às vezes a lua,
mexia com os extintos animais,
e canto a canto, uivos iam se multiplicando.
Meus ouvidos, agora com gigantesca sensibilidade,
ouvia o cricrilar dos grilos lá do outro lado do mundo.
E os mais aterrorizantes latidos pareciam vir léguas distante,
lá do último cantinho do infinito, por não parecer ter fim,
e me assombrava, por parecer ser triste.
Eram horripilantes em intermináveis sonidos de pavor.
Eu ali, em silencio profundo,
no quarto escuro,
sentia as criaturas assustadoras da minha imaginação,
ou não, perto de mim.
Neste momento sentia-me arrepiar dos pés à cabeça.
O cabelo parecia querer correr para longe dali,
e a coragem há tempo ida, restava-me a fé.
Aos santos, nas mãos e em baixo do travesseiro,
pedia proteção, sem resposta, ou sim!
E quando adormecia vencido pelo cansaço e sono,
acordava aos prantos..., sei lá porque...!
Sentindo-me indefeso e perdido no silencio do meu quarto,
escuro.
Seguro...?!
Desprotegido dos meus devaneios.
DuMoraes
Enviado por DuMoraes em 24/07/2017
Reeditado em 24/07/2017
Código do texto: T6063265
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