Os acumuladores

Em cada canto uma carência nossa

Um molho de chaves , um livro em poeiras

Um copo, uma garrafa de vidro raro

Comprados num antigo brechó

Sapatos, camisas, toalhas e lenços

Objetos apensos sem fundo desejo

Uma foto de beijo

Que já faz tanto tempo

Como pode meu Deus esses mortos poder me prender

Por cima de comodas e geladeiras

Miudezas , tolices, besteiras

Do acumulador de asneiras

São sacos vazios, jornais e revistas

Enxadas e pregos, torneiras e mais

Muito mais pelos quatro cantos

Pelos tetos e pelos degraus

Tantas meias e tantas cuecas

E bermudas que já nem uso mais

Na garagem três carros e motos e barcos

Que agora me tiram a paz

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 09/09/2017
Código do texto: T6108896
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