Descortinando para o palco da vida
Nessa peça de teatro rasguei o meu papel
secundário
No camarim, me olhando no espelho, retirei a
maquiagem desbotada que ofuscava não só a
minha a face, mas silenciava aos poucos o que
na alma gritava, o amor
Tirava-me o sorriso do rosto, confundindo o
que sempre defendi
As vestes fui retirando uma a uma, delicadamente
A fantasia da ilusão foi caindo aos poucos
Meus pensamentos estão livres, os sentimentos
serenos
Não abandonei o teatro, sento-me na plateia
E sei exatamente o que devo fazer
Contrariando Shakespeare, reescrevo uma peça
em que a minha personagem não morra
por não poder viver uma história de amor
Ela nasce ao abrir e fechar das cortinas no
palco da vida.
Assinado, Ela. A Equilibrista.