Tudo é silêncio

Tudo é silêncio

Vento, boca, palavra,

Na noite, que não se vê.

Nos olhos que não piscam

No corpo que deseja,

Que caído, dorme...

Mas não descansa.

Tudo é silêncio

Os segundos, o tempo, o vazio...

Que toma a casa de assalto.

As promessas,

Que calam...

As promessas,

Que calam...

Mas ecoam,

Entre paredes frias,

Sem vida...

Sem movimento aparente.

Porque tudo é silêncio!

Rasgando as certezas

Purificando as dúvidas,

Nas sobras da noite...

Nas sombras que a noite se esconde.

Pudor, desejo, sexo.

Silêncios abstratos

Gravados em pedaços da memória.

Sobras, restos de histórias,

Que calam na madrugada,

Subjugados, despedaçados,

Enlatados em forma de nó...

Na garganta.

Ausências, esperanças, que se perdem.

Porque tudo é silêncio

Mesmo com corpos entrelaçados,

A deriva, na noite...

Fragmentada.