Consciência negra
Consciência negra
Zumbiu em meus ouvidos
O estalo do chicote
Os açoites, as noites de sofrimento
As feridas, abertas pelo tempo
Eram dias desprovidos de consciência
Um povo sofrido, pedindo clemência
Eram vozes, murmúrios e sussuros
Gritos de liberdade ecoando no escuro
Na figura de Zumbi, no quilombo de Palmares
A luta pela liberdade de um povo procurando dignidade
Defendendo a sua honra contra a mais cruel desonra
Como se a cor fizesse a diferença
Os senhores brancos sem consciência, jogaram o negro num submundo de indecência
Mas Zumbi criou o seu forte, defendeu seu povo até a morte
Fez do Quilombo um oásis, fez história com a sua coragem
Foi em 20 de novembro de 1695
O dia que Zumbi foi traído, e depois de morto, teve seu crânio exposto nas ruas e praças de Recife
A partir 2003, dia 20 de novembro foi escolhido para homenagear Zumbi e a sua história
Mas a verdadeira consciência não tem dia, temos que tê-la todos os dias
Depois de presos em grilhões, nos porões dos navios negreiros
Foram escravizados pelo Brasil inteiro
Mesmo com muitos sofrimentos tinha batuque no terreiro
Chorou mãe África, negros e brancos são todos filhos da mesma pátria
Zumbi, zumbiu, ecoou o grito pela liberdade
O negro nunca foi diferente ele é gente da mesma raiz
O branco que o escravizou é que tem a sua consciência negra e infeliz
Salve Zumbi, salve sua crença
Oh meu Deus liberte o homem de toda a sua indecência
Dê a ele um pouco de consciência
Jonas Luiz
São Paulo, 09/11/17