Viagem
Fecho meu corpo às coisas mundanas
Feche meu coração, pois não quero mais
Amargo é o gosto que sinto, e assim será
Tudo que quero é apenas viver e fortalecer
Nada eu penso, tudo que fiz já pode ser feito
Mas o gosto ainda permanece, largado em meu ser
Quero chorar, mas lagrimas não consigo derramar
Quero gritar, mas sem voz no nada, quem escutara?
Quero dormir, mas a noite agora é curta demais
Do céu ao inferno em uma viagem de volta pra casa
De todo amor, o que será que agora sinto
De tudo que se foi, o que me restou, se não lembranças
As quais me assombram, apenas dormir e não acordar
Como já estou, entregue ao destino de ser honrado
Como um homem mais que perfeito, já nunca será feliz
Pois o dever da sua alma, não o trairá,
E o caráter, prevalecera, mesmo que incompreendido
Ainda irão de me honrar,
Mas nem sempre o caminho correto é o mais fácil a trilhar
Já não cabe mais o desespero, apenas o conformismo
A cabeça pesada, agora deve descansar
E esperar, esperar ate o próximo passo do destino.
Do caminho interminável que é o sofrimento do homem
Sim, condenados a vagar e nunca descansar
Lutar e nunca vencer, sorrir mas nunca saber o porque
No eterno sofrimento que é a trilha exotérica,
Parca alegria, apenas um ideal, uma utopia do mau
Pois, não seria mais fácil aceitar nossa própria miséria ?
Pra que a ilusão da felicidade, se não para iludir
Amor, paz, religião, felicidade, será que tudo isso existe,
Ou é algo a ser criado pelas ignorantes e vis mentes
Que se turva a visão do real, e jogo sadíssimo jogo da vida
E no fim, o que nos restou?
Apenas lembranças do que fomos, e magoas do que não fomos
E o que devemos aceitar?
Qual o sentido de viver?
Qual e a alegria de viver já que nada disso é real?
Pois a final, sempre queremos o que nunca iremos conseguir