Minha Vilã
Me pus a criar máscaras
Para proteger-me dos vilãos.
Disse muitos “sins” como tática;
O que dava com uma,
Tirava com as duas mãos.
Construí castelos nas montanhas,
Muros de arquitetura tamanha,
Belas e indestrutíveis armaduras,
Governei minha vida na ditadura.
Para proteger-me do provável inimigo,
Promovi pessoas, despachei amigos,
Ao meu lado, só quem como eu,
que só via o próprio umbigo.
Descobri-me fútil e vã.
Me protegi de todos e de tudo.
Menos de mim,
Minha própria vilã.