Horizontes

Pai não adianta as botas

Se tiraste minhas pernas

Num mundo de cotas

Transformo-me em percentual

Meus sonhos estão em compotas

Guardados no fundo do universo

Minhas palavras amostras

De meu cérebro convencional

Garantias em mãos agiotas

Que tiram seu futuro lucro

Perdendo ou ganhando nas apostas

Que fingem está fazendo

E nessa vida caçando propostas

Para construir um futuro

Sem perguntas e respostas

Como uma idosa cosendo

Velhas cobranças nas portas

Para o novo que vai nascendo

O novo trigo barato se exporta

Enquanto nossos campos tristes morrendo.

Henrique Rodrigues Soares – Pra Fora/Por Dentro