CONTINGÊNCIAS

Nunca se sabe como será

O fim do dia

Até que dando vez a noite fria 

Esgota-se a alvidez

Que para tudo havia.

A vida é medida

Contada em momentos

Que se perdem

Enquanto o que se ganha

Não leva-se por muito tempo.

E tudo acaba

A final de contas

Mas não para todos

De uma só vez.

Assim como a avenida

Se acabou diante dos meu olhos

Distraídos

Que se prendiam a cada veículo

Que por mim passara

Conduzido por alguém

Provido de toda pressa

De que o momento presente

Tenha seu desfecho

No sofá de casa após um banho quente

Ou no abraço apaixonado do filho

Após um dia perpétuo

Afinal, todo alguém tem alguém

Ou por quem.

Endago: quem será a mulher

Subindo a escadaria do metrô

E logo cedo embarcando no trem lotado

De outras tantas pessoas?

Quantos destinos este mesmo trem

Esta destinado a levar para o seu destino

D'outro lado da cidade

Para mais um dia vário

E de tudo possível

Se não fosse pela nossa pressa

Sedenta por olgo

Que ainda não foi inventado.

E oposto a essa vida de nuvens

Somente a lucidez tardia

De que o tempo não o espera

O tempo corre, passa

O abraça

E por fim lhe enterra - sem êxito.

Essa pressa demente

Mesma que faz-me

Querer distrair os tediosos instantes

Tentando adivinhar - e sem respostas

O dia de cada pessoa

Que por mim passara

Com os mesmos passos aligeros

Que levanto e ando

Em direção ao meu vagão

Consideravelmente atrasado.

E agora, em casa

Mais uma vez à fazer

Oque foi imprevisível pela manhã

Esqueço de viver

Este presente repentino e comum

Pensando em como queria

Que ele não tivesse fim

Mas enquanto não termina

Ele não acontece.

HenriqueBazzí
Enviado por HenriqueBazzí em 18/12/2017
Código do texto: T6201636
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