A PROCISSÃO

A PROCISSÃO

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Passam graças concebidas pelas realizações das importantes praças,

Recebidas pelas audiências nos cordões das estátuas as suas carregadas carcaças;

Louvores dos credos a implorar por dádivas recebidas pelas concessões,

A remissão das preces as venerações sobre vestígios de aplicadas devoções.

Adorações as sagradas entidades benéficas como de complementação,

Intensificando tráfegos de pessoas a caminhar sobre firmes orações;

Dos misticismos as crendices intencionadas as creditadas superstições,

Do que guardamos como dogma como forçada ou acreditada absorção.

Passam com as vozes as Aves Marias agradecendo por todos os dias,

Por nossa condenação ou salvação eterna as suas perpetuadas elegias;

Vozes altas diferem o Pai Nosso, impedindo o mundo a acabar nos destroços,

Pelos esqueletos que sobraram nos esboços de um montão de soterrados ossos.

Passam muitas caridades as ladainhas apostando no fim das iniquidades,

Por quem as vezes chora de tanta tristeza ou ri muito de espontânea felicidade;

Postas em altares ou sobre algum pedestal as superfície das mesas,

Pelejas que aumentam as pretensões induzidas as suas insistidas certezas.

Por determinados lugares por onde trafegam os rogos das firmezas,

Das fortunas, infortúnios ou da fartura por toda as suas riquezas;

Passam os seus fiéis com esperanças empossadas pelos seus viéis,

Calejados que atarefam as labutas nas peregrinações perambulantes dos pés.

Passam as Nossas Senhoras por sinuosos cultos,

Nosso Senhor exaltado a sua destreza do seu sublime vulto,

Dobrando ruas pelas incontáveis esquinas,

Com os seus crucifixos erguidos as homenageadas sinas.

Passam velas acesas intensificando neste peregrino ritual,

De quem ora e implora por prosperidades a cada um ser como todo de igual.

Acertos daquilo que é julgado como de promulgado equívoco de tanto errado,

Nas crenças que devemos acatar como de aceitação por sua condição de estado.

Passam postes, praças, poços, preços, ou pontes à viadutos,

Dízimos que contribuem as obras por seus reais tributos,

Por todas as distâncias seguidas por diversos destinos,

Sonhos que suscitam realizações dos caminhos a ideais vespertinos.

Passam imagens perseveradas pela credibilidade de cada fé,

Das ruas que indicam os rumos as andanças feitas pelos pés.

Ouve-se Ave Maria Cheia de Graça,

As ruas, becos ou praças, como na busca por mais pessoas a uma pesca ou caça.

Pai Nosso Que Está no Céu...

Abelhas que constroem suas colmeias pra depositar o seu delicioso mel.

Passa a procissão das uniões das pessoas dando as mãos,

Aumentada pelo seu volume como de multiplicação dos pães.

Próximo ou longe dos lares conhecidas como casas,

Das liberdades que voam as dimensões das livres asas.

Arrastando adeptos por seus respectivos cantar,

Pássaros que cantarolam melodias deslumbrantes a celebrar.

Castiçais ou taças por se carregar,

Pelas ruas a que restam a passar;

Procissão que venera o espaço que o ar a vaza,

Naquilo que temos, ou devemos a certeza de sempre culturalmente pra acreditar.

E a procissão a perpassa.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 28/12/2017
Reeditado em 29/12/2017
Código do texto: T6210750
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