QUANDO a ALMA FALA

Em momentos de dor e sangramentos

Não deixando de respirar, fala a alma

Exteriorizando as inquietações,

Seus queixumes

A alma fala quando plena e feliz

Onde finca seus pés na raiz

Da liberdade na profícua palavra

Diálogo bendito e saudável

Fala quando importa-se, interessa

E prediz a tempestade procurando abrigo

Ela grita desesperadamente

Quando ouve os trovões

Não quer ser por eles atingida

A alma tem sentido aguçado

Gosta da fartura da sintonia

Repudia a indiferença e não se cala

A voz da alma ecoa no profundo

Nunca do raso gostou

Acena sua bandeira de algodão

E, ajoelha-se em contrição

Alma amada, desprezada e torturada

O Universo clama por tua voz

Abre-se fendas no breu

O penetrante silenciar nocivo

Fala no silêncio também

No remanso, pela imagem

Pelo quadro apresentado

Pela fartura ou escassez

Dessa vez, faz-se nó

Quando reúne forças

Irrompe, corta as amarras

E, vive reluzente e ciente

Do canto da sua voz!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 02/01/2018
Código do texto: T6214394
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