Fim do eu
É um ser errante sem o limite
Sem destino ou desejo,assim persiste
Na apatia que alimenta o inconsequente
Nada almeja já com o fim deprimente
Só um vivente,mal trapilho desfigurado
A mente já desbota o nome que tenha tido
Ao seu eu o que importa o afortunado
Se das lembranças não há amor recebido
Com o cão sarnento, o despreso do passante
Danam-se todos, é o seu fiel e único amigo
Como ele, surrado, humilhado é semelhante
À sua história, sem ninguém que o tenha querido
Que diferença lhe faz a vida ou a morte
Sem busto na praça e destino da comum vala
Dos anônimos sem posse que o transporte
Para o descanso do eu que carregara.