O TEMPO

Escorreu o tempo pelos nossos dedos

Deixando marcas e rugas indigestas

Destruindo as esperanças e os medos

E também as horas tristes e inquietas

Desfez a música e a lira dos aedos

E erigiu no seio das bocas abertas

Uma estátua coberta com segredos

Cujos braços apontam ruas desertas

Mas deixou ladrilhos reluzentes

Os quais brilharão na eternidade

Como os faróis erguidos na beira mar

Onde os crentes e os descrentes

Que formam junta a humanidade

Poderão com alegria sempre caminhar

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 10/02/2018
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