Estou "de boa"

Não quero acordar

Estou bem nesta doce ilusão

Todo o problema

É a realidade em questão

A virtude que me assola

A verdade que me impede

A loucura que transforma

A bondade em um câncer maligno

Rompendo sua necrose tão relativa

Neurótico acaso de um tal especialista

Em que opinião embasada em outras opiniões maliciosas

Tornam as mentiras em verdades tão prazerosas

Vives pelas esquerdas bem abaixo

O confim do universo é só uma outra direção do Paraíso

Que é aqui nas margens das sarjetas urinadas

Que o autor de um best-seller vem escrever o seu lixo singular

Miserável "verdade" que escraviza o escravo

Que o faz comer a própria genital

Rouba o dom natural

De quem seria um ser tão alto

Malandragens de chefe que tudo controla

Diz saber o que faz com o fruto do suor comunitário

Dá a Branca de Neve um pão

Amassado pelo diabo

E se calou quando te perguntaram se hoje era domingo

Dia de frango assado

E se caiu um querubim

Vais fazer amizade com ele?

E se calou quando te empurraram

Na frente de trem em movimento

E se viveu para contar história

Por que empurrar outros na frente do mesmo trem?