Do nada

agora mergulho o vazio

no contorno das formas

e na intensidade

dos sentimentos.

visualizo em camadas

um bocado de desejos

e vapores do nada.

pensamentos chegam

em versos e linhas

que desenham a flor.

desdenham o tempo

no ventre, recolhem

do chão a semente

e o pão.

das mãos, o medo.

das asas, os pés.

despedem-se da terra,

sentem no ar, a casa

alada que acomoda

o ser que ama.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 24/02/2018
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