Somente Ser

Sou um ponto de partida.

Medo da própria vida

descabida e desprevenida

Viajamos nos sonhos

Que nós inventamos

Sou um na multidão

Onde nado contra a maré

Na vida sou minoria

Desenganada pela fé

Sou uma fuga em alto relevo

Engarrafando a poesia

Por medo da gente má

Que nosso sonho querem deturpar

Ando pelos espinhos

Fugindo da miséria

Que nosso mundo se tornou

Pela falta de caridade

do perverso imperador

Sou uma seta desviando pela esquerda

Que renasce minha utopia

Lutar contra o desamor

Do poderoso malfeitor

Sou um devaneio no oceano

Uma gota deixada no chuveiro

Onde floresço como galhos

E desço rio abaixo no meu desespero

Sou a lágrima fatídica

Salgada pela terra prometida

Numa sexta feira santa

Onde sádicos comemoram

A morte da esperança

Sou meu próprio medo

No corrimão da desilusão

Das feridas abertas

Em um mundo de exclusão

Sou uma pequena mente

Reflexiva e carente

Sonhando com o impossível

Que é a igualdade entre a gente

Sou a seta que me desperta

Sigo o pulsar da emoção

Ouço gritos de dentro

Que minha alma

Não tem salvação

Por me sentir perdida

Nesse mundo sem noção

Sou a oração poética

Em meio às trevas

Encontro luz no porão

E desfoco as lentes

Desse olhar incoerente

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 08/04/2018
Reeditado em 08/04/2018
Código do texto: T6302913
Classificação de conteúdo: seguro