Filho Errante

Aqui estou novamente escrevendo

Mas, desta vez não será uma depressão

Ao menos, essa não é a minha intenção

Só quero transparecer um pensamento

Estou passando por complicações

Estou tentando superar certas discussões

Não vou dizer que estou tirando de letra,

Muito menos que a minha vida está perfeita.

Mesmo que eu brigue com os meus pais

Mesmo que eu saia de casa e não volte nunca mais,

Sei que eles sempre pensarão em mim,

Sei que eles sempre me aceitarão de volta

Eu devo tudo o que sou, devo tudo o que me tornarei

Eles não são meus anjos da guarda,

Sei que eles não estarão para sempre aqui em casa

Mas, me esforçarei para, ao menos, alegrá-los

Agora não estou escrevendo um desabafo

Não estou escrevendo por acaso

O tempo me tornou adulto, meio defeituoso

E, quanto mais eu mudo, mais eu os machuco

Mas, sei que é difícil entender, mas é sem querer

Eu acabo fazendo isso às vezes sem perceber

Saio de carro e esqueço de me despedir,

Volto à noite e não digo o que fui fazer

Não sei se estou machucando eles a contra vontade

Ou se, a solidão lavou tanto a minha mente,

Que eu destruí aquela criança que um dia trouxe a felicidade.

Estou escrevendo rimando por acidente

Estou chorando, me arrependendo repetidamente

Eu sempre me preocupei com a altura,

Mas, o que me feriu foi a queda

Acho que deixei minha alegria trancafiada em uma sala escura,

Em uma escola que fora totalmente esquecida

E, acabei preenchendo o espaço com o desespero

A lei da física me deixou preso

As paredes me trancaram, continuo sem sentir o vento.

Muitas situações eu previ, ainda assim as sofri

Tudo por conta do meu jeito que escolhi viver

Não sei o que fazer, mas sigo assim.

Vou terminar agora esse texto

Talvez eu me aposente em termos leigos

Mas, não mudarei, não tem como, já tentei

As brigas irei curar, mas sei que surgirão outras,

Só espero que minhas ideias continuem soltas.