Falsa moradia
Casa de vidro;
Que satisfaz o ego,
É nela que vivo.
Falta-me algo,
Porém, eu nego.
E nesse castigo,
Convivo comigo,
E a dor que carrego.
Bonita, por si só;
Deslumbra!
Mas transparece o bocó,
Que ali penumbra.
Me assombra,
A fragilidade exposta.
Transparente,
Mas nada mostra.
E em chuva de pedra;
À perco sempre.
Juntar os cacos da queda,
Me corta inevitavelmente.
O que me resta?
Deixar visível minha fraqueza,
Ou com as pedras
Construir uma fortaleza?