Coexistência
.
.
Isso é comigo?
com o euzinho, aqui?
E como é essa história
de fogo-de-artifício?
Um expediente
de efeitos especiais?
Alto lá!
Há alguma coisa aqui
que não confere.
Um momento, por favor!
Para que número deseja falar?
[...] De certeza?
Mas isso é número de magia!
Comigo é mais mestiçagem
a partir de penas e escamas
só aparentemente minhas
como só aparentemente inútil
a penosa descoberta
de uma
coexistência.
.
Vai de factos monocórdicos
fatalmente, por entre cordas
à ressonância monotónica
à sobrevivência monótona
ao estar antenado
por todos os lados
e sobretudo por mais um
o de ainda e de sempre
o tal do entretanto
só para relógios que batem
perenes a mesma tecla
da hora histórica.
Mas mais ainda,
disso, da
coexistência
que vai por entre versos
que se avermelham
no livro negro do tempo.
...
Depois da ferradura
dá-se no cravo e na bonança
dá-se conta, então,
de filamentos de afecto
num "lullaby"!
Calma!...
que isto só quer dizer
canção de embalar,
de mimo, como
coexistência
que não há como esquecer.
.
Eu não tenho vergonha
nem grandes dúvidas
tampouco dívidas...
Eu sou o meu lastro,
...nada na manga.
Pegar ou largar!
Narcisismo ?
O perjuizo é para mim
e a fatura tem o meu nome.
.
_______________________LuMe