Atrai aos homens como a riqueza,
Cerceia os pecados capitais,
Cria nos homens as sensações que,
No mal compreendido campo da estética,
Mostra suas naturezas antagônicas!
Ó beleza! Em carne, cor e perfume!
Deveria declarar também versos a ti,
Se não conhecesse tua íntima natureza,
Diante de tua relação mais cara contigo e
A pior de todas, teu flerte com o tempo,
Que neste caso, fora a memória,
De eterno, para ti, nada possui!
A carne apodrece, e com ela
Seu perfume e sua cor, ao fim
No branco de teus ossos!
E estes, nem eles serão eternos!
Neles não assentará beleza alguma,
Senão a ceifa da morte em dança,
Irônica com teu passado,
A lembrar-te dos pecados capitais,
E, malfazeja, debochar de ti,
Que em vida, a beleza verdadeira,
A mais admirável dos humanos,
Nunca conhecestes em tuas escolhas,
Pois se ancora na alma e no conhecimento,
Nos olhos do sublime gesto de,
Amar a si e aos outros em entrega,
Onde de fato assenta verdadeira beleza!
 
Heródoto Poeta
Enviado por Heródoto Poeta em 23/04/2018
Código do texto: T6316503
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