GRAVETO

E nessa dura purificação
Sob o sol forte 
Ouço um estalo
Na lida dura do sertão
Encontrando na vida seca
E na sua utilidade o regalo

E a sua necessidade
Nas noites serenadas
Será sentida na urgência
Das labaredas que aquecerão
As frias madrugadas.

E lá no sertão, 
Em noites frias
Com uma suave garoa, 
Preciso de uma fogueira
E mais ainda de um graveto 
Para iniciar as chamas.

Mas o sertão
É o lugar da natureza castigada
                         - e abençoada - 
E na vegetação fustigada pelo sol 
Nascem rios de gravetos.

E o sertanejo sorri verdumes, 
Ele é um oásis de si mesmo.