A MATÉRIA...
Vendo-te adormecida ao alvor celeste
louvo a epigenia e o embrião da vida,
feto cósmico de era desconhecida;
moléculas de água e ar que a alma veste.
Essência vital de gênese que reveste
o alvo colo de Selene, a preferida
cobiça de Apolo em orgias despidas,
e ímpetos pagãos de um deus inconteste.
Antes da *alquimia dos corpos nos cemitérios
meu nerônio traduz o livro dos mistérios
e se antecipa ao plasma infusorio da vida...
Transponho o obsconso átomo invisível
num abraço que enlaço a *tua beleza intangível,
e desperto a matéria e tua alma adormecida.