O moço sem juízo

No crepúsculo da noite ao final do dia,

Às sombras douradas do entardecer,

Uma linda mulher ali se escondia,

Para um incauto moço embevecer.

Lisonja trazida e peçonha profunda.

Os lábios tenazes são favos de mel.

O moço, imprudente, no lodo afunda.

E nos braços acolhe a esposa infiel.

No leito de mirra, ailoés e canela.

Para as delícias do amor o convida.

O rapaz, sem juízo, a ela se entrega,

Sem perceber que penhora a vida.

Não vê que a morte ronda por perto.

Entregue à soberba, lascívia e prazer.

Se julga seguro esquece o escudo

E relaxa imprudente até adormecer.

Delícias recebe do beijo encantado,

Em leito roubado, se põe a gemer.

Prazeres errados, de fel embriagado,

Em breve o incauto ali vai morrer.

O preço cobrado também é o devido.

Uma vida preciosa, debalde perder.

A flecha lançada, algoz é o marido,

O orgulho ferido, quem pode deter?

Meu filho cuidado, não colha o pecado!

Por poucos trocados se dá a prostituta.

Porém, a perversa, te leva enganado

E o preço é a vida, por favor... escuta!

(Baseado em Provérbios: 7. 9. Estava chegando o crepúsculo, o final do dia, caíam as sombras do entardecer, rodeavam as trevas da noite).

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 11/07/2018
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T6387596
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