Luz no fim
Eu cá de baixo, do meu quarto exíguo,
que ainda está na sombra,
tenho a impressão estranha mais feliz
de que sou a raiz,
dolorosa e obscura,
de uma árvore pujante,
em cujos ramos,
cheio de orvalho e pranto,
dois ágeis passarinhos encantados
soltam lá em cima a voz, e, saltitantes,
riçam as penas, festejando a vida.