O poeta está nu

Poetas e poetisas habitam um mundo especial

por verem mais, além do óbvio...

Desnudar o poeta não é preciso, pois ele é nu...

Ele já oferece a beleza além da rosa,

e o chilrear dos grilos... Eles estão por aí. Prontos.

Basta embeber-se deles quem curtir a beleza que há no mundo.

E a beleza do ventre e as dores de ser vivos são trazidas ao lume, puras, desnudadas. Na sua essência.

O poeta não separa o joio do trigo mas mostra a beleza deles e se extasia...

Como ser humano: pulsa um coração, vibra de emoção, ama e ejacula. A poesia segue a vida e enfeita caminhos com espinhos e faz a beleza ser mais bela que ela...

E, muitas vezes, a sonhadora leitora que acreditou ser mesmo a deusa que o poema lhe dizia que era, permanece eternamente enclausurada naquela estória...

O poema, e a poesia que nele habita, deve ser intenso e incompleto o bastante para fazer o leitor buscar o verso misterioso que feche o poema... Este, como amante da poesia, se lança numa busca incessante desse verso, que está nele próprio.