Índia Josefina.

A pele toda enrugada,

Zefina, a índia caçada,

Agora, esposa e empregada,

Garantia aos filhos paridos

Ser vó mãe e marido.

Nos tanques de roupas gigantes

Doa-se ainda ofegante

Cada peça, ali lavada em destino

Embrulhava a vida, os sentidos

Na cor da pele morena,

Zefina, a gigante pequena;

Fortalece serena a cada conquista,

Baila a protagonista.

Baila em choro, em luta e esperança,

Conquista todos a contradança,

No universo ergue sua bandeira,

Agora a heroína derradeira.

Deixa o sorriso amarelo cheio de falhas,

Alimenta os sentimentos a cada guerra,

De mãos nuas vence as batalhas

Ela, semente da terra.

Índia de preto olhares,

No mais profundo dos mares,

Agora, ocupa o universo,

E o mundo submerso.

Na construção mais teimosa,

Não fora, a mais bela da rosa,

Mas fora, entre todas a mais ditosa,

A índia agora graciosa.

E parte do cosmo criado,

Seu corpo da dor libertado,

No universo culmina.

Jaz, a índia Josefina.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 16/07/2018
Código do texto: T6391881
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