AO PÓ RETORNARÁS (CÉSIO 137)

Em destroços desconhecidos,

a inocência criou ardor,

coitados, pobres, punidos,

num deslumbre avassalador.

Achar o que estava escondido,

o "sal" sem gosto, colorido,

que à noite mostrava esplendor.

O anjo da morte sem asas,

seduzindo de norte a sul,

Goiânia queimando em brasas,

sem fogo, só o brilho azul.

Prisioneiros do próprio destino,

homem velho, mulher e menino,

iam caindo um a um.

Certeza da vida humana,

um dia retornar ao pó,

triste coincidência sacana,

uma sentença sem dó.

E com "jóias" pintadas no corpo,

sentindo imenso desconforto,

um silêncio...

pois a vida, a vida é uma só.