MINHA MORTE MINHA VIDA

O silêncio que se muito escuta, o espelho que a maquiagem muda, tudo que o mundo atordoa, vida tumultuada e atoa, minha palavra presa na garganta, meu canto é o do galo que canta, meu juízo tá embriagado, tudo que faço é vaiado, meus passos são labirintos, tudo que penso é dor que sinto, destino é dano maldito, quem dera ser contemplado, deixar de ser azarado e mergulhar nessa febre hemorrágica, deixar a infelicidade trágica, voltar a sorrir, peito florir e nesse jardim florescer, o pranto não mais crescer, tudo bem, minha sentença, eterna desavença, não quero mais, ponto final, me dei mau, pancada na nunca, apontei a bazuca e suicidei, morri, ressuscitei, não sou cristo, não sou rei, sou fragmentos de poesia, sou alegria, sou morte , sou magia, tudo isso sonhei.

Giovane Silva Santos