A bendita poesia
Te busco nos olhares deixados pelo caminho
Ou pelo leve sorriso que me recordo ao te ver partir, mas
Esse não é um poema sobre amor, esse nem é um poema.
A poesia que tento enxergar para criar algo novo nem existe,
Já que, a poesia, essa que tanto ouvimos, não está em tudo
Se eu for falar da minha solidão, de uma forma prosaica o que é?
Um desabafo comum, in-poético, irreal e talvez banal.
Preciso buscar o que me faça perceber algo novo dentre esse caos.
Algo poético!
Talvez eu encontre isso que procuro em você,
Minha musa platônica, que me da expiração,
Que me deixa escrever sobre seu cheiro;
Seus olhos altamente brilhantes-como-lua;
Sua forma de cerrar os olhos no escuro;
Talvez…
Não.. Isso é tudo muito verdadeiramente realidade.
Preciso de algo novo, como uma flor que nasce quebrando o concreto;
Como a dor de um coração primeiro partido;
Como o primeiro apaixonado sorriso;
Desculpem o tudo confuso nesse não-poema.
Mas talvez seja esse meu ponto, confundir a realidade
Então desfazê-la como papel dentro d’água
Poeta ou não
Todos tentamos enxergar a poesia no dia a dia
Como quando esperamos as nuvens darem espaço
Pro sol
Minha dor não é poética, pois é real
E não é nova como algo que nasce para ser poesia
Então esse suspiro quase poética é o que tenho
Minha eterna busca por enxergar na dor as rimas
Que não sejam a de flor com amor
Doe minha vísceras como se me perfurassem com uma espada
Essa dor corrói meu âmago sentimento
Quando abro a porta e vou embora, sabendo que não volto
Mas, ainda não é poesia. Ainda não é
Dor não é poesia
Amar não é poesia.
Então o que é?
Não sei! É frustrante pra mim também
Mas sei o que ela não é…
E lhes digo, poesia não é sentir essa dor de não te ver
Essa querer te abraçar
Esse sentir seus lábios a me beijar
E seus olhos procurando o algo qualquer
Poesia não é saber o que é poesia
Então vivamos nesse eterno não saber
Assim, pelo menos, seremos agraciados com o novo
Sentimento de redescobrir o que achávamos que seria fácil descobrir