Por quê?

Por que me enquadrar

Se fui feita para retangular

Ou mesmo circular

Na delícia, que é experimentar

O que sou

O que me faço ser pelo ofício diário do tempo

Nomeio, explicitamente, como crescimento

Para que me auto-afirmar

Se em um piscar de olhos

Torno-me outra a cogitar

Sou batimentos seguidos e distintos

A percepção se modifica

Com a expansão da vista

Digo que, talvez, somente não exista

Por que devo um caminho trilhar

Se todos, no final, se cruzam e não pode

A um chegar, sem pelo outro passar

A vida é regada por imprescindíveis etapas

O sonho move a felicidade e a saudade

Daquilo que nunca mais estará

Além de horas vagas

Para que ter imagem

Se ela é como fósforo aceso e queimado

Lançado e descartado como um sopro

Ao se tornar medíocre no ar

O trabalho de coletar detalhes

Os quais aprimoram a sua iludida

E falsa abordagem

Por que temos que ser pequenos

Se nascemos para sermos grandes em amor

Em paz, em alegria, em dor

Tudo ao redor se enche de sabedoria

E vontade de engrandecimento

Essa é a real beldade

Do pertencimento

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 11/09/2018
Reeditado em 19/05/2019
Código do texto: T6445184
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