As portas da loucura

Têm dias eu tenho uma lua dentro de mim

Na paz que ela me trás

Nas loucuras que deixo em aberto

Só meu blues pode entrar

Nas esquinas gotejam venenos

Tão serenos e mortais

Onde nos porões da solidão

Existem dores escondidas

Que nascem em dias febris

Escondo-me nos meus olhos

Que enxergam além de mim

Dentro das farsas que vejo por aí

Prefiro distâncias a encontros

Pra fugir das sementes

Que brotam em ti

Que leviano é o poeta

Nesta dor que se chama amor

Ele guarda o coração na bolha

Mas deixa evaporar emoçoes

Em pleno vapor

Quero me bloquear

Dessa pimenta forte que tem em seu pensar

Não há lógica para a morte

Depois que se aprende a respirar

Mas eu volto à minha lua

Onde o poeta foge da amargura que é viver

Nesse inflamar de ódio

Que da sua janela, em pleno céu aberto

Ele vê florescer

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 19/09/2018
Reeditado em 19/09/2018
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