Nós Somos Poesia
Ei amigo, venho lhe contar minha triste sina
Assassinaram a minha poesia
Mas fazer o quê? Ela era pobre, de medíocre foi chamada
Ela foi menosprezada, não tinha métrica, não tinha rima contemplada
Ela não se encaixava no padrão
Foi culpa dela, uns diziam
Quem te mandou não saber criar?
Ela pediu e foi desprezada, outros tentaram me alertar
Há, mas ela era toda errada
Minha pobre coitada, vinham criminalizar
Tá melhor morta, assim não tem o que poetizar
Andava sempre desgarrada, desajeitada, desarrumada, fora do lugar
Nunca que ela um outro poeta iria recitar
E ainda vieram as 3 estrofes de uma canção que nem quero apresentar
Morreu porque não prestava, eles so pegaram de leve, para de se vitimizar
Então minha amiga, venho nesse breve modo, junto a ti em declamar
Mataram a minha poesia e ainda querem me calar
Mas aqui nasce outra voz, enquanto houver ato atroz
Me dê licença poética, pois eu vou poetizar
O que fizeram a minha poesia, é o que fazem a nós todo dia
Mas aí que a voz desatina, é aí que nasce a bendita
Então vamos meu amigo, então venha minha amiga
Mostrar a esse povo sem beira que independente da nossa maneira
Essa poesia ninguém mais calará
Porque somos nós a poesia