REFLEXÕES DA VIAGEM

Nas margens do rio que passo, está escrito minha história, mas por poucos instantes.

Meu barco segue sem que eu saiba onde vai dar, nem porque viajo. Sou arrastado pela vida como o barco é arrastado pelas águas. Não há comando. Sou um estrangeiro nestas paisagens e nunca sei onde estou! Só é meu o que eu sinto!

As sensações que produzo em mim, são na verdade, uma grande ilusão. A lucidez, tampouco, me salva, apenas diminui minha capacidade de sentir.

De que adianta fazer esforços para levar meu barco mais a esquerda ou mais a direita, se não posso alterar-lhe a rota, nem diminuir a velocidade do barco. Isto vem da velocidade das águas e não do meu desejo!

Contudo, sentir é importante, porque você, ao desligar sua mente, terá sensação de que a viagem fica mais agradável, embora na prática, você só consegue mesmo é enganar-se, porque seu barco terá seguido seu curso e percorrido a mesma distancia, na mesma direção, da mesma maneira, enquanto você delirava!

Muitos saltam na água e interrompem a viagem, mas isso não resolve, porque não há nada no fundo rio!

A religião nos ensina que se deve procurar a iluminação com o crescimento da consciência, com o passar do tempo e as próprias dificuldades da viagem, mas o crescimento da consciência é apenas aceitação do seu destino ignorado! Nada mais!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/10/2018
Reeditado em 21/10/2018
Código do texto: T6482099
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