Eu e o indecifrável
Uns o ignoram! Acaso torna-se inexistente o que desconheço? Eterna dúvida.
Uns dão nome de melancolia,
Outros chamam de combustível, pra poesia!
Freud explicou!
Sentimento oceânico; Necessidade de pertencer, de se vincular...
Tal sentimento precederia o vazio?
Leminski descreveu: um vazio agudo, estar meio cheio de tudo.
Para Rubem Alves "é só no vazio que o voo acontece".
Outros filósofos o denominam Vazio existencial!
Será Deus o único capaz de preenchê-lo? De decifrá-lo?
Uns se curam com música
Outros com poesia
Uns com religiosidade
Artes, amores, utopias.
Há quem não se cure nunca! E tem no vazio uma própria extensão de si.
Como corpo, alma, víscera... e vazio!
Por vezes acomodado,
Por vezes desinquieto, mas lá...
Intermitentemente, lá!
Será preciso curar-me?
Se é nele que me encontro, que me reconheço
Que me encanto, me ensandeço
É no vazio que se cria
É no desconforto dessa travessia...
Que amanheço!