VENDAVAIS

Às vezes me perco de mim mesmo

Oxalá pudesse não desaparecer

Sucumbir em meio aos destroços

Do meu próprio coração, mergulhado

Submerso em um oceano de lágrimas

Sufocado sem as palavras poder proferir

Desmaiei entre os poderosos

Que mediam forças sobre minha carcaça

Apenas o pulsar do meu sangue

Que percorria lentamente em minhas veias

Os vendavais que se aproximam

Meus alicerces enfraquecidos, tremia

A vida ainda pulsante dentro de mim

Não seria assim, tão fácil o meu sucumbir

Forças que ressurgiam na minha alma

O bater do coração que revigorava

Um por um, os poderosos se retiravam

Fiquei ali, sozinho no salão oval

E lá fora os vendavais bailavam

Destroçando casebres e palácios

Eu ali, permanecia protegido

Pelas contrastes e contornos

Da imensa casa que me protegia

Os vendavais não me atingiram

Em meio a solidão sentia a brisa

Da calmaria que se aproximava

Não mais perdido em meio a tristeza

Apesar do vazio existência que existia

Encontrei-me em meio às poesias

Saciando a minha sede de viver...