Infinitamente Solitário

Quando a agulha toca o disco

Quando a ópera começa a ressoar

Estou aberto ao risco

De não querer retornar

De fugir pra sempre de casa

De ser um andarilho errante

De ir fazendo fogo com brasa

De ficar solitariamente distante

Porque minha alma grita

Mas só grita assim, longe de tudo

Porque minha paciência só se irrita

Se irrita em um tédio absoluto

E canto junto à ópera do desespero

E danço sozinho a valsa triste

E caio ao chão extasiado e armeiro

Vendo que tudo o que temo ainda existe

Quero dar o merecido descanso

Aos que ouvem minhas loucuras

Prometo voltar depois, mais manso

Mas feliz até nas minhas escrituras

Mas e se minha dor for infinita?

Ou se eu for apenas muito otário?

Não sei se sou realista

Mas me sinto infinitamente solitário...

Neudson Nicasio
Enviado por Neudson Nicasio em 25/01/2019
Código do texto: T6559264
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