Vento Leve...
VENTO LEVE...
Não seja leve, seja bem forte
Mas leve pra longe por favor
Toda essa sujeira, corrupção...
Todo esse terror
Porque a impressão que temos
É a de que estamos andando numa esteira
E nem venha me dizer que estou falando besteira
Porque não estou.
Vento, leve pra bem longe, por favor
Esses dias sombrios, infinitos dias...
E junto com eles esse momento eterno
Que nos desaponta, esmorece
Que envergonha, entristece
Nos causa calafrios, náuseas, temor
Pavor, frustrações, mentiras...
E que tira de nós nossas convicções, nossa esperança
Nossa confiança...
Confiança em dias melhores, de comida na mesa
De ter mente sã, de olhar e ver amanhã
De ter noção, nação, pé no chão, certeza
Por favor, vento, leve pra bem longe
Mas não traga de volta
Porque o povo não mais suporta
Tanto descaso, regresso, imposto impresso
E nem sequer pode demostrar a sua revolta
É gás, é bomba, é o fim do caminho
Mas só ainda não morremos
Porque sabemos que juntos não estamos sozinhos
E o que é estar sozinho?
E lá vem uma gota de verdade.
E inunda e desmascara mostrando uma realidade
Não adianta estar junto se cada um segue o seu caminho...
Tenha força vento, e leve...
Seja como uma avalanche
Que arrasta tudo de repente
E leve cada ideia que se tem
De mexer no dinheiro da gente
De tirar a merenda da criança inocente
Que teria um lindo futuro pela frente
Mas que tropeça na incerteza de um país
Que caminha para algum lugar
Que é difícil de acreditar...
Mas que se arrasta, que treme
Que teme por dias piores
Mesmo sabendo que o melhor caminho
Não é TEMER .
Priscila Cruz. (03.08.2017)