Espelhos e vidros não dizem
Meus olhos virados
Aos brilhos parcos
De telas e vidros
Queria outro hábito
Mas abito essa esfera
E nada me prende fora
A forma da imagem
Seria bela, se de fato
Não dissimulasse
A realidade dos hábitos
Distanciou o horizonte
Amarelou seu semblante
E desfacelou meu recorte
De imagem nobre
Era um sonho irreal,
Lúcido e matinal
Caso fosse rotina
Sonharia todo dia
Para recompor a
Beleza, ou melhor
Harmonia...
Mas agora os olhos suplicam
Por outras cores e filtros
Onde estejam os Deuses
Escondidos; deixo aqui
Encarecidamente aquilo
Que as palavras são
Incapazes de dizer;
Embora o lastro de ilusão
Fizesse nos olhos florescer
Tais cores e expressões
Somente assim consigo dizer...