Meia-Dose
Faço um brinde aos ressentidos
Aos descrentes da mais nobre essência a ser sentida
Sem sentido, suprem sua sede sem sublimemente saborear sentimentos sinceros
Contidos
A escolha dos amargurados
Blindados pela dor
Enfermos da solidão
Um brinde aos inseguros
Aos que, sob o feixe de luz da manhã, puxam suas cortinas
Mania melancólica, manipuladora, maquiando monstros, medos, montanhosas mágoas
Desconfiados
A dose da culpa
Um escudo de lágrimas
Abrigados nas angústias
Celebremos os orgulhosos
Os egoístas
Os arrogantes
Os prepotentes
Recusemos os humildes
Os empáticos
Os sinceros
Os modestos
A cada dose que me entorpece
A cada aliteração dita
Mensuro o amor:
“O copo está cheio ou vazio?”
Garçom...
Meia-dose,
Para meu coração,
por favor.
Grato!