TRISTEZA
Ah! Essa tristeza insinuante e perene
Por tomar consciência das coisas
E não poder fazer nada.
Acabou a magia dos quadrinhos
E a inocência das flores.
Os dias se vestem de calça curta,
E as noites escondem seus fantasmas.
Um a um meus heróis foram morrendo,
O último deles jaz em um hospital
Respirando por aparelhos.
Ah! Essa tristeza que se arrasta como um réptil,
A devorar as folhas amarelas dos sonhos
Para que o silêncio faça morada no infinito.
Por isso a alegria dos bêbados e dos loucos
Buscando o menino dentro de suas memórias.
Não adianta os mortos mandarem seus bilhetes
Ou mesmo visitar a nossa casa,
Apiedados da nossa tristeza.
pois o tempo nos torna surdo e inútil.