TRISTEZA

Ah! Essa tristeza insinuante e perene

Por tomar consciência das coisas

E não poder fazer nada.

Acabou a magia dos quadrinhos

E a inocência das flores.

Os dias se vestem de calça curta,

E as noites escondem seus fantasmas.

Um a um meus heróis foram morrendo,

O último deles jaz em um hospital

Respirando por aparelhos.

Ah! Essa tristeza que se arrasta como um réptil,

A devorar as folhas amarelas dos sonhos

Para que o silêncio faça morada no infinito.

Por isso a alegria dos bêbados e dos loucos

Buscando o menino dentro de suas memórias.

Não adianta os mortos mandarem seus bilhetes

Ou mesmo visitar a nossa casa,

Apiedados da nossa tristeza.

pois o tempo nos torna surdo e inútil.

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 20/04/2019
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