O penúltimo trem
 
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Não vá me julgar por teus indomáveis rancores
Nem vá abster-se daqueles, que um dia me deu
...criaram em mim sucessivos e ácidos dissabores
Que tanto, deles me esgueiro, tentando fugir
Lutando a negar aqueles que te são, só os seus!
 
Leia e não demores, meus versos feitos em ritos finais
Implícitos e marcados na vastidão dos poemas que te fiz
Neles, poderás ler e sentir todos os meus emudecidos “ais”
Contidos, embebidos e envelhecidos em gotas de dores
Porém calados e acuados, pois nunca desejei te ferir!
 
Tarde e calcificadas, se vão todas as agruras
Trocadas por todas as benesses de outrora
Deixastes tu, que em ti filtrassem, só amarguras
A avolumar e arrendar as cercanias do teu coração
Depois secar sentimentos, esvair-se em gretas, indo embora!
 
Já passam muito das horas, do inadiável adeus
Porque o último Trem, ressentido jamais chegará
Perdemos os dois, ...eu vivi, você mais perdeu
Meu prêmio maior, sepultei em meu peito
...não tem mais sentido você em vão, já sem mim, esperar!

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