LAGO DE SAL
LAGO DE SAL
E ELE virá novamente
Sentir o gosto de sangue
Carregar o que não lhe pertence
Falar sobre tempos infames
Curar o espírito crente
Dogma pátrio- fidagal
Deitados em berço de ouro
Homens de vinho e oliva
Gargalhando na frieza da vida
Dilacerando o véu de couro
Pele pregueada mil e uma vezes
O açoite canta seu pérfido soneto
E num lago de sal e vinagre
Entre lanças e atentos olhares
Milagre algum eu vejo
Comer o pão da última aurora
Chorar na dúvida eternal
Submeter-se sem escolha
Ao fétido frio da masmorra
No doce enigma do bem e do mal
RICARDO Árcoli
18/06/2005
08:57