A torre

Um mundo escuro,

Sem vida, sem cor

Onde tudo é obscuro,

Sem riso, sem dor.

Nele, do alto da torre

Está alguém sofisticado, superior

Mas, vazio, entristecedor,

Sem uma expressão que lhe transcorre.

Eu? Sob o giro da burocracia

Sou subalterno da demagogia,

Cronometrada em alegoria,

Numa confusão que silencia.

De lá, ouve-se

O tocar da trombeta

Da luxúria e da embriaguez

Da vida desleal, falseta,

E sua libertina insensatez.

De lá, vê-se

A perfídia brincadeira

De deixar o tempo se perder

Trocando a Vida Verdadeira

Pelo efêmero ascender.

Mas olhem a torre, que bela,

Tem janela em todo lugar!

O que acontecerá, se nela,

A primeira pedra jogar?

Sergio Schlender
Enviado por Sergio Schlender em 11/07/2019
Código do texto: T6693706
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