A torre
Um mundo escuro,
Sem vida, sem cor
Onde tudo é obscuro,
Sem riso, sem dor.
Nele, do alto da torre
Está alguém sofisticado, superior
Mas, vazio, entristecedor,
Sem uma expressão que lhe transcorre.
Eu? Sob o giro da burocracia
Sou subalterno da demagogia,
Cronometrada em alegoria,
Numa confusão que silencia.
De lá, ouve-se
O tocar da trombeta
Da luxúria e da embriaguez
Da vida desleal, falseta,
E sua libertina insensatez.
De lá, vê-se
A perfídia brincadeira
De deixar o tempo se perder
Trocando a Vida Verdadeira
Pelo efêmero ascender.
Mas olhem a torre, que bela,
Tem janela em todo lugar!
O que acontecerá, se nela,
A primeira pedra jogar?