MATÉRIA ESCURA

Quieto.

É como quero

me manter enquanto tudo

... é tão triste.

Extremos, cruezas...

esse pó produzido

pelas nossas mentes

polui mais do que

este tabaco inocente.

Eu ouço vozes

gritando,

julgando e condenando

no silêncio das redes,

na frieza dos dígitos,

alvejando inteligências.

E assim nos tornamos

esses extremos,

provocamos um cheiro

algo queimado,

algo podre, não sei...

Mas não lamento

as circunstâncias,

apenas me ponho

de luto,

quieto,

incomodado,

talvez insano, não sei...

Apenas me ponho

a murmurar

a animais e plantas.

Apenas me ponho

a interagir

com o fogo, com a terra,

com a água e com o ar,

buscando na realidade

explicações,

buscando algo

que abrande

essa minha estúpida

perplexidade,

esse meu tolo

indignar.

n luizmaier b
Enviado por n luizmaier b em 22/07/2019
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