Uma Criança

Uma criança ferida,

Confusa e retraída.

É carente e impulsiva.

Discorda e conflita

Por pura aceitação.

Uma alma perdida,

Desiludida.

Que segue seu caminho aflita,

Obcecada em ter razão.

Uma criança. Sem ter à quem dar as mãos.

Faz birra e afugenta

Aqueles que se aproxima.

De responsabilidades se isenta

E de ilusões se mima.

Seus medos não enfrenta

E seus erros legitima.

Se vangloria dos mecanismos de defesa de sua baixa autoestima

E acredita que seus fracassos são traços de sua personalidade nojenta.

Ainda é uma criança, que foi abandonada em tempos difíceis.

Que segura o peso do silêncio;

Que sabe o peso de um sacrifício;

Ainda é uma criança. Protegida por promessas intangíveis

Que seu próprio ego fabrica.

Uma criança.

Que á tempos não brinca.

Sem empatia.

Sem esperança e fria.

Rebelde e frustrada.

Que atravessa as madrugadas

Atrás de emoção.

Tentando disfarçar a solidão.

Uma criança.

De asas podadas pela da escuridão.

Supérflua e rasa.

Onde seus sentimentos vazam

Por uma rachadura no coração.

David Wanes
Enviado por David Wanes em 23/07/2019
Código do texto: T6702319
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