Uma Criança
Uma criança ferida,
Confusa e retraída.
É carente e impulsiva.
Discorda e conflita
Por pura aceitação.
Uma alma perdida,
Desiludida.
Que segue seu caminho aflita,
Obcecada em ter razão.
Uma criança. Sem ter à quem dar as mãos.
Faz birra e afugenta
Aqueles que se aproxima.
De responsabilidades se isenta
E de ilusões se mima.
Seus medos não enfrenta
E seus erros legitima.
Se vangloria dos mecanismos de defesa de sua baixa autoestima
E acredita que seus fracassos são traços de sua personalidade nojenta.
Ainda é uma criança, que foi abandonada em tempos difíceis.
Que segura o peso do silêncio;
Que sabe o peso de um sacrifício;
Ainda é uma criança. Protegida por promessas intangíveis
Que seu próprio ego fabrica.
Uma criança.
Que á tempos não brinca.
Sem empatia.
Sem esperança e fria.
Rebelde e frustrada.
Que atravessa as madrugadas
Atrás de emoção.
Tentando disfarçar a solidão.
Uma criança.
De asas podadas pela da escuridão.
Supérflua e rasa.
Onde seus sentimentos vazam
Por uma rachadura no coração.