Saudade
As casas que existem em meu sonho
Já não são habilitadas por mim
E por mais ninguém
Entretanto, quando adormeço
Posso entrar em todas elas
Rever pessoas e abraçá-las
Retomar conversas de outrora
Brincar, sorrir e chorar
Em sono leve ou profundo
Vou andando por largas ruas
Marcadas por muitos pés
Descalços, ingênuos, pueris
Ligeiros, em busca do agora
O mundo era tão grande
O cheiro era tão fixo
Que sabores ficaram pra trás...
Ao abrir os olhos e a alma
Já não vejo aquelas pessoas
Que seguiram distintos caminhos
Deixando as velhas casas
Após cumprirem seus papéis
Vêm o sono e o reencontro
Os sabores
A conversa
O cheiro
A saudade