Saudade

As casas que existem em meu sonho

Já não são habilitadas por mim

E por mais ninguém

Entretanto, quando adormeço

Posso entrar em todas elas

Rever pessoas e abraçá-las

Retomar conversas de outrora

Brincar, sorrir e chorar

Em sono leve ou profundo

Vou andando por largas ruas

Marcadas por muitos pés

Descalços, ingênuos, pueris

Ligeiros, em busca do agora

O mundo era tão grande

O cheiro era tão fixo

Que sabores ficaram pra trás...

Ao abrir os olhos e a alma

Já não vejo aquelas pessoas

Que seguiram distintos caminhos

Deixando as velhas casas

Após cumprirem seus papéis

Vêm o sono e o reencontro

Os sabores

A conversa

O cheiro

A saudade

Renato Pereira Aurélio
Enviado por Renato Pereira Aurélio em 12/08/2019
Reeditado em 17/02/2022
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