LÁZARO

Francisco Alber Liberato

Muitas pessoas consternadas em um enterro

A rotina desgraçada de uma sociedade violenta

Parentes se consolavam

Filhos sofriam a dor da viúva

Amigos dividiam o sofrimento

Uns diziam:

Ele era tão bom

Um excelente pai de família

Não merecia morrer assim

Outros se perguntavam

Por que isso foi acontecer?

Onde vamos parar com tanta violência?

O que vai ser dos familiares?

É muito triste

Morreu tão jovem

Outros especulavam

Morreu bestamente

Foi reagir a um assalto

A família que vai ficar sofrendo

Quis dar uma de valentão

Alguém atalhava

O mundo é que está muito violento

De repente

Um susto

Uma correria

Pernas trêmulas e incrédulas

Olhos arregalados não acreditavam

Entre túmulos

Um corpo ensanguentado

Todo cortado

Ele se mexia

De dor se contorcia

Um alvoroço danado

Pessoas desmaiando

Grande tumulto

Uma criatura com enorme censo de humor falou:

É o LÁZARO

Alguns riram

O susto passou

Até que alguém

Do corpo em frangalhos se aproximou

Percebendo que era um adolescente

Em profundo estado depressivo

Meio titubeante perguntou:

O que houve meu jovem?

Por que está neste estado deplorável?

O garoto que procurara seu último endereço

Balbuciou com extrema dificuldade

São as marcas da paixão.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 01/09/2019
Código do texto: T6734217
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