Reflexões sobre o ato de ajudar

Ninguém sabe o peso que carrega

Dentro de si cada ser humano

Não se sabe as batalhas a que se entrega

Cada coração neste mundo insano.

Às vezes ressoam culpas de outras vidas

Das quais nesta não se tem consciência

Outras é o não aceitar que as próprias feridas

Curam-se ao passar de cada existência.

Não! Ninguém é tão perfeito a ponto tal

De não ter com o passado contas a acertar

Ninguém é tão incapaz ou tão banal

Que não tenha uma missão a cumprir ou completar.

Por isso, compreendamos o alheio sofrimento

E não julguemos sem conhece-lo a fundo

E mesmo que da causa haja conhecimento

Não nos cabe juízo de valor raso nem profundo.

Se pudermos ser a brisa que arrefece

Ou o abraço que ao necessitado conforta

Que sejamos, pois, também a luz que aquece

Mas nunca o obstáculo que o caminho entorta.

No entanto, saiba-se que não somos salvadores

Daquilo que não desejo os ônus da salvação

Cada um tem consigo as próprias dores

E ajudar não é carregar o peso pelo irmão.

Cícero – 05-09-2019

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 05/09/2019
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