Constatação (ou desvarios)

Sou a mansuetude, alicerce das relações

Que em todos aviva, inerentes paixões.

Evoluindo a um bem-estar sem igual.

Quanta expectativa, oh, vindouro luau!

Ah, este algo em mim que me transforma!

Sou a temperança, que a todos anima.

A harmonia que reina no amistoso sarau,

De tão benfazeja evolui para euforia,

Atingindo o ápice em regozijo anormal,

Perdendo a razão, num total desvario,

Tão gestado encontro, um fim surreal.

Porque há algo em mim que me transforma!

Sou a desculpa sincera, do revés ulterior.

Perdoado, evolvo em imensa alegria

E persigo a prudência, com todo fervor.

Em excesso me perco, cruel antonímia.

Promovo a valentia, rudez, dissabor.

Pois há algo em mim que me transtorna!

E assim vou seguindo, neste mantra infernal.

todos se cansam de meu desvario habitual,

meu ego gigante não percebe o problema,

sobejando aos amigos, tão amargo dilema.

Porque há algo em mim que me transtorna!

Hoje, na solidão, meu mundo restrito

à mente egoísta, deveras atribulada.

Sentencia sem pena, o meu veredito:

Vero adicto, um estorvo, um nada.

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