AUTORRETRATO
Os vácuos e as ausências, tem me fotografado, de forma drástica, tempestivos oceanos,sedentos!
Tenho autografado, e alinhavado as minhas decepções, as alegrias, e as jangadas teem partido...
Do porto onde traço o roteiro da minha vida, fico acenando, e cada despedida é uma ilha partida,
Caminhos desfeitos,sonhos quebrados,um vazio existencial doloroso,amargo,feridas sangrando...
Todavia, tenho recolocado cada tijolo,e por mais que os tobogãs mostrem a rota, recosturo a carne,
Sigo recosturando as colchas de retalhos, remendando o passado e o presente, na busca do futuro!
Essa é minha legitimidade, legalidade,minhas escolhas, meus sonhos, implicações, esse olhar é real?
Quimérico? Producente, ou apenas são papéis carbono, xerocando vielas, esquinas, vidas idênticas...
Tenho aberto meus guarda-chuvas, contudo, as correntezas teem irrompido, encolhido minha alma!
É que, carimbei muitas figurinhas, priorizei, acatei,esqueci de carimbar as minhas, validei fantasias...
Sem a devida percepção,de que somos mais autênticos quando nos parecemos com os nossos sonhos!
Propiciando, mostrando, que as diversas  tempestades não vêm de fora, elas saem de dentro de nós...
Mostrando, que todo desmoronamento que ocorre na vida do homem,vem dele mesmo suas cavernas.
Espelhando verdades, de que a grande beleza de nossa vida é o encontro da pessoa consigo mesma, 
Deste modo, os vulcões entram em erupção sobre minha pele, as lembranças jorram, fazem o pregão!
Daí, minhas recordações ficam represadas entre sonhos e fantasias, minha alma explode, e canta...
Tenho notado que as embarcações de fato sempre partiram do porto, eu, fui quem fiquei ancorado!
Contando cicatrizes, catando lembranças, vendo as ilusões voarem, tatuando literalmente minha alma,
E essas algazarras, são imensas gangorras, hipérboles, me equilibro, e estou domando minhas feras...
Essa tem sido  mimhas narrativas, tenho lido as auto-composições da minha vida, minhas catarses!
É que, abri as portas do meu teatro,fui fiel a cada ato,horas encenei o palhaço,e tenho sido seu drama!
É que, nesse momento da minha vida,abri A Porta de Rodin, e Dante Alighieri me mostra a Comédia.
Albérico Silva
AlbéricoCarvalho
Enviado por AlbéricoCarvalho em 18/12/2019
Reeditado em 30/07/2021
Código do texto: T6821787
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